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Feira

Nunca mais ouvi teu nome na feira. 

Nunca mais senti teu cheiro, tua cor… 

senti tua falta de toda maneira 

maçã, banana, ameixa, tangerina, manga, uva e pera 

Perguntei pra todo mundo onde estavas; 

ninguém soube dizer bem o que aconteceu… 

no fundo, havia um moço que chorava: 

“Já não se encontra milho, arroz, cenoura, trigo, peixe, goiaba”.  


Quem olha pro sorriso amarelo do soldado cibernético se dá mal. 

Se encharca de óleo grosso e morre duro como estátua de sal. 

Quem olha com um olho o latifúndio e com o outro o transgênico nos faz mal. 

Nos dá veneno e fome, mas, zarolho, secará pelo sal.  


Vou voltar pra minha terra primeira, tenho lá um pedaço do interior. 

Se entendes o plantar, vem sem bobeira 

A terra minha é terra nossa, é terra da comida e da feira.   

Flavia Virginia: voz, vocais 
Léo Rodrigues: fender rhodes 
Felipe Brisola: baixo 
Rodrigo Donato: bateria

AUTOR(A)

Flavia Virginia

ANO

2004

Trago um pouco da situação da comida e do descaso com ela, que aparece em todas as camadas: seja na das pessoas que passam fome, seja no dos maus-tratos com aquilo que vai virar nossa nutrição mais tarde. Um tema que sempre me impressiona.

O Amor É o Oposto do Medo_cr.jpg
Feira
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